Apesar de não ter sintomas e já estar em tratamento, a cantora Lady Gaga, 24 anos, revelou ser portadora de lúpus, uma doença autoimune do tecido conjuntivo, que pode afetar qualquer parte do corpo, em especial a pele, as articulações, o sangue e os rins.
Assim como ocorre em outras doenças autoimunes, o sistema de defesa ataca as próprias células e tecidos, pois as interpreta como corpos estranhos. O ataque resulta em inflamações e danos teciduais.
Mulheres, principal alvo da doença
De acordo com a Lupus Foundation of América, 90% dos portadores do lúpus eritematoso sistêmico (LES) são mulheres. "A relação é de 10 a 12 mulheres para cada homem", aponta Márcia Veloso Kuahara, reumatologista e professora da Universidade Nove de Julho (Uninove), em São Paulo. "A prevalência maior no sexo feminino ocorre devido ao aumento do estrogênio em indivíduos predispostos", justifica a professora. Estudos apontam que o lúpus ocorre, majoritariamente, na faixa dos 20 anos (ela tem 24), mas também de 15 a 50 anos, sendo mais comum nas pessoas que não têm ascendência européia.
As causas da doença são desconhecidas, mas já se sabe que a hereditariedade é um fator de risco. "Essa resposta imunitária anormal se deve a múltiplos fatores: ambientais, como a exposição solar; algumas infecções virais; determinados medicamentos e indivíduos cujos familiares já foram diagnosticados têm mais chance de apresentar o LES ou outra doença autoimune", confirma Márcio Colovsky, diretor médico do Centro de Medicina Reprodutiva Huntington, no Rio de Janeiro.
Sintomas, diagnóstico e tratamento
O portador de lúpus pode apresentar uma variedade enorme de sintomas. "Mais frequentemente, a doença se manifesta por manchas avermelhadas na pele, feridas no couro cabeludo, sensibilidade à luz, úlceras na boca, artrite, inflamação nos pulmões e no coração, comprometimento dos rins, psicose e convulsões", enumera Márcia. Febre, fadiga, emagrecimento, falta de apetite, dor muscular, alterações na urina e aumento da pressão arterial também são queixas freqüentes dos portadores de LES.
O diagnóstico da doença é feito através da associação de dados clínicos e laboratoriais. "O diagnóstico é realizado através da constatação de sintomas e sinais da doença somados a exames positivos como o Fator antinuclear (FAN), anticorpos contra o DNA da célula e outros anticorpos como o anti-Sm e o antifosfolípedes.
"Também são investigadas alterações na urina e nos níveis de plaquetas no sangue", explica Márcia. Ainda que não se tenha descoberto a cura para a doença, diversos tratamentos são oferecidos pela Medicina para o controle da doença. "Os tratamentos são à base de corticóide, antimaláricos, imunossupressores, reposição de cálcio, protetor solar e estímulo a uma vida saudável", revela a reumatologista.
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